18.12.07



Tudo é ambiência. Tudo é espaço e tempo e compõe. A composição se dá entre as ambiências do ser, entre relações de vizinhanças, entre os fluxos de espaços e nos tempos. Maria-sem-vergonha.[1]
Ainda agora o cozinheiro ajustava seus espaços de fluxo em um lugar de rede. A informação nômade capitalista (a informação capitalista não é nômade) oferece um leque estreito de possibilidades. Busca-se controlar por meio da informação. A televisão oferece ‘descanso’ ao trabalhador. O vice-versa, desistente, é pobre. No entanto, a ambiência de todos sofre um ‘aconchego’ informativo, tornando-se um lugar interno aberto aos movimentos externos do capital. Sofrer um ‘aconchego’ também significa aconchegar-se no sofrimento. Aqui o autocontrole impera, cega. Em busca de frestas, propor CU, propor UAI, ser pipoqueiro em tardes quentes e secas na frente do Congresso Nacional, ser errantes na Esplanada dos Ministérios. Meu passo mede 80 cm e a distância conta-se em anos-luz!
[1] Utilizamos, e fundamos, aqui, o conceito de Maria-sem-vergonha, que vai além do conceito de rizoma de Deleuze e Guattari. A Maria-sem-vergonha é rizoma, erva, e se reproduz tanto rizomaticamente, isto é, através de reprodução assexuada, vegetativa, quanto por reprodução gametogênica. Por outro lado, a imagem de suas cápsulas contendo sementes, cápsulas que explodem espalhando estas sementes ao azar, nos inspíra um pensamento sobre o ‘em potência’. Salientamos que apesar de crescer por todo o Brasil, com desenvoltura, a Maria-sem-vergonha é de origem de Zanzibar, o que nos permite ir além no pensamento do conceito de rizoma: contaminações inter-continentais. Outras contaminações inter-continentais são: o coco ‘da Bahia’, o café e a cana-de-açúcar.

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