18.12.07



Gilles Deleuze (1992) fala da passagem de uma sociedade disciplinar, analisada por Michel Foucault, para uma sociedade de controle. Uma sociedade disciplinar se configura em confinamentos, modelos prontos, sempre num recomeço: da família à escola, da escola ao trabalho. Já as sociedades de controle operam por processos intermináveis, fluxos silenciosos, modificáveis.
Foucault (1979) diz que o poder transparece no corpo e que a consciência do corpo se realizou quando houve investimento do poder sobre este. Hoje, buscamos o corpo saudável, o belo, isto é, o corpo anoréxico da modelo de moda. O regime desgasta o cozinheiro em atitudes anti-culinárias. Na sociedade contemporânea, a Internet também pode se configurar como um espaço de autocontrole: não ficamos um dia sem conferir e-mails, deixamos o cheiro matinal e o transferimos para o embaço da tela gelada do computador, a conexão com o mundo que se mascara sob o título de global. Queremos ser fluxo sem saber como se constitui o nosso lugar: nosso lugar aqui, nosso ou topos na rede mundial de computadores.
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[1] O “Corpos informáticos” consta 546 vezes no site de busca, “Bia Medeiros”, 848 vezes, “Fernando Aquino Martins”, 38 vezes. Existimos? “Hitler” aparece 38.900.000 vezes no site de busca, “Che Guevara” 7.240.000, “Milton Santos” 301.000.

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