Intervenções urbanas se espalham pelo Plano Piloto a partir desta segunda
+ bia medeiros
O grupo Corpos INFORMÁTICOS enterrou DUAS KombiS nos jardins do CCBB E UMA NA UNB: delas saem palmeiras imperiais, palmeiras areka e flamboyants.
Um cubo de isopor flutuará a partir de hoje pelo Lago Paranoá. Na Rodoviária, uma pintura de US$ 800 mil, isolada por vidro blindado, sugere jogar os políticos corruptos no fogo dos infernos. Na Universidade de Brasília (UnB), uma placa gigante em vidro traz fichas de estudantes que participaram do Congresso de Ibiúna durante a ditadura e UMA KOMBI DO GRUPO CORPOS INFORMÁTICOS. No CCBB, de DUAS KombiS coloridaS brotam palmeiras imperiais, FLAMBOYANTS, XIXÁS E PALMEIRAS AREKA. O curador Wagner Barja quis transformar Brasília no museu a céu aberto tão proclamado e repetido por aí. Sim, a cidade é uma obra de arte arquitetônica dos anos 1960 e a contemporaneidade pode dar um toque humano, colorido e menos sisudo à capital do modernismo. Barja queria fazer isso há anos. Somente agora conseguiu viabilizar o Aberto Brasília, uma série de intervenções urbanas de autoria de 19 artistas da cidade, do Brasil e do exterior.
Barja não dorme tranquilo há alguns dias. “É o maior projeto em que já trabalhei”, justifica. É preciso uma equipe de produção duas vezes maior que aquelas destinadas a montagens de exposições para fazer um esquema desses funcionar. Também conta a boa vontade dos responsáveis pelo patrimônio — no caso, o Iphan —, mas Barja confessa ter conquistado total adesão do instituto. Da burocracia, não escapou. “Os grileiros agem aqui com liberdade e os artistas enfrentam uma burocracia imensa para trabalhar”, reclama. Tudo foi planejado especificamente para o Plano Piloto. “No geral, o projeto é uma proposta de busca da utopia, que foi o principal conceito de formação da cidade. Os trabalhos em espaços abertos tentam reviver o espírito de utopia.”
Comentários políticos aparecem em boa parte dos trabalhos. É como se Brasília guardasse um livro de visitas com espaço reservado para a crítica preenchido com muita elegância. Outros trabalhos dialogam visceralmente com a poesia, e os artistas aproveitam para mergulhar na subjetividade e nas licenças poéticas. As intervenções estão espalhadas pela cidade e pelos jardins do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no qual foi montada uma sala de vídeos com filmes sobre a trajetória e o processo de confecção da obra de cada artista. Hoje, durante a abertura, haverá uma série de performances. Às 20h, o carioca Waltercio Caldas percorrerá o Eixo Monumental com dois caminhões coloridos, de 20 metros de comprimento, a 20km/h. É a versão do artista para uma suposta pintura modernista.
Meia hora depois, Ronald Duarte, também do Rio de Janeiro, realiza um fumacê de descarrego para o CCBB com voluntários e 20 extintores. Também é dele a performance Peito de aço, série de imagens da Esplanada captadas por cinco helicópteros e transmitidas para a sala de vídeo do CCBB. Às 21h, o grupo brasiliense Corpos Informáticos assume o comando com uma performance DENTRO DE UMA QUARTA KOMBI. ESTA SERÁ seguida de intervenção dos ciclistas do Pedal Noturno, encarregados de fazer um halo de luz com os próprios capacetes em volta do Museu Nacional antes de seguir para o Setor de Clubes. Veja como foram projetados e idealizados alguns dos trabalhos do Aberto Brasília.
Retirado do site do Correio Braziliense modificado por mbm
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corpos INformáticos
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