9.8.10

amarelinha binária. galeria da casa de cultura da américa latina. brasília. 2010



Amarelinha Binária e ANTI CORPOS são sistemas complexos artificiais, doces, linguagem; naturais, líquidos, gasosos, sexuados, animalescos e mistos, prontos para agregar.
A composição urbana Amarelinha Binária surge a partir de ações denominadas Mar(ia-sem-ver)gonha: composições urbanas (CU) com o objetivo de compor arte, corpo, errante, vizinhança, grupo, ambiência, rua, através de jogos e brincadeiras. O público é iterator, busca-se iteração. Amarelinha Binária, logo incompossível, infinita, devir.
Mar(ia-sem-ver)gonha vai sem ver, tateia. Não busca a lógica da linguagem do açúcar, se quer fruta, siririca, e apodrece em odores desafiando a lógica. As sementes dirão?
Propõe-se o jogo, desenhados descaminhos abertos em todos os sentidos. A numeração se alterna: zero, um, um, zero, zero, um, um, um. A escritura aqui é da ordem da garatuja. A dimensão é aquela do corpo inteiro correndo como fruta escorrendo pelos lábios da cidade. O corpo inteiro se incrustando no asfalto: Setor Comercial Sul. Aqui de dia vive o comércio mesclado de todas as raças, cores até incomuns para aqueles que pouco conhecem Brasília. Digamos a verdadeira Brasília, aquela do CONIC, de Taguatinga, Sobradinho e Brazlândia. De noite desfilam travestis, saem das tocas os frutos da terra, i-mundo-intuitivos: UAI UI. A polícia ronda cega.
Da galeria à rua a Amarelinha Binária ocupa um espaço de cerca de 100m2. Propõe-se àquele que às cegas chega de manhã bem cedo para o árduo trabalho, propõe-se à noite aos lúcidos infiéis que saboreiam as frutas. Uma televisão jorra, a partir da galeria, videoartes de outras amarelinhas anteriores: espetáculo Mar(ia-sem-ver)gonha realizado em outros pontos de Brasília, nas satélites, em Goiânia. Tudo periferia, local da fruta, da árvore, do rizoma, mas, sobretudo da maria-sem-vergonha. E a Mar()gonha também chupa fruta? Qual o preço da Mar()gonha?

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