26.8.05
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A exposição coletiva Situações Brasília/mirações, realizada no Conjunto Cultural da Caixa, em Brasília, do dia 23 de fevereiro a 25 de março, também foi uma oportunidade de utiliza-ção de outros suportes, que não o computador, no trabalho do grupo, que, mais uma vez, parte de um lado do corpo real visto, visitado, quase invadido no mínimo detalhe, por outro lado da mídia digital. Assim, a videoinstalação Ctrl C_CtrlC II é uma continuação dos pro-cessos de captura de imagens do corpo através de recursos do computador, aqui o scanner.
O scanner é comumente usado para digitalizar imagens e textos bidimensionais. Queríamos a matéria viva digitalizada: o corpo apreendido por essa ferramenta. Ao copiar algo, o scanner também trabalha a noção de tempo: a luz violenta percorre o objeto, lentamente, capturando um pouco deste a cada instante, uma pequena movimentação e o todo da ima-gem se perde, ela se torna quebrada, sem definição. O scanner não foi feito para captar o que se move, apenas figuras estáticas.
Poderíamos ter investido, nesse primeiro momento, na quebra de regras e na movimenta-ção, mas esses processos ficaram para a performance Scanner, que descreveremos a seguir.
Nessa instalação, nos detivemos em transformar o corpo-movimento em corpo estático para que pudéssemos captar seus detalhes e sutilezas, trabalhando depois com essas movimenta-ções em intervenções físicas diretamente nas imagens já existentes. Mas era a luz do scan-ner que se movimentava sobre o corpo imóvel, submisso.
O processo do scanner lambendo com luz o corpo inerte em posições bizarras fez surgir o vídeo: um vídeo relacionado com essa iluminação e com a idéia de tempo envolvida na movimentação crepuscular do scanner. Enquanto todas as partes do corpo eram scannea-das, a câmera registrava a passagem daquela luz seqüenciada e contínua que sem a presen-ça explícita do scanner se transformasse em um feixe linear de luz atravessando o corpo indefinido. O claro e escuro de linhas arredondadas deixavam aparecer o que poderia ser um corpo (celeste?) iluminado em sua órbita. O ritmo do vídeo gerado aumentava a noção de passagem do tempo. A luz lenta vasculha o corpo e retorna rápida se esvaindo; a luz lenta vasculha o corpo e retorna...
O mesmo tempo aludido no vídeo se fez presente nas imagens scanneadas: a pele marcada de pintas e rugas pelo tempo, o cabelo, cada detalhe, parado, tudo parece congelado pela passagem da luz. O material escolhido para a impressão das fotos foi o papel vegetal, trans-lúcido, que permite a passagem da luz da instalação que sutilmente modifica a textura do papel aproximando-o de uma segunda pele, formando a linha contínua na parede. Da mes-ma forma como na exposição Ctrl C_CtrlC 1, dispusemos as impressões sobre papel vege-tal na parede de forma a obter uma linha. Aqui ela dava a volta toda da sala (5m2). Linha translúcida da pele do corpo, do corpo da pele: alinhamento perfeito (40cm/20m).
As imagens foram fixadas na parede apenas por sua parte superior: o papel vegetal solto trabalhava com a umidade, com o ar condicionado: o corpo se soltava da parede, respirava, estava quase vivo.
O jogo entre pele viva e luz temporal evocado pelos elementos da videoinstalação foi alte-rado pela presença da performance efetuada durante o vernissage. Algumas imagens da pele foram retiradas da linha da parede por performers do grupo e sofreram cortes e fissu-ras. Os cortes eram limpos e feitos com a ajuda de equipamento cirúrgico: luvas, bisturis e réguas de aço. Cortadas, as imagens foram recosturadas com alfinetes e colocadas de volta na parede.
O ciclo se quebrava, a linha contínua foi desestruturada por novos resquícios, agora, da pele esquartejada e essa nova geometria acidentada recriou movimentação para a instalação. O corpo estático do scanner acordava com outras possibilidades de movimento geradas pela presença dos performers. Em um processo de construção/desconstrução daquele corpo, resurgia uma pele fragmentada pela ação do tempo. O corpo fenda no tempo, como o corpo que se encontra em telepresença, no instante entrecortado pelo suporte da telepresença, foi recriado na instalação pela presença da performance.
texto mbm e cyntia carla
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