24.8.10

OMOLU ELETRONICO. 8 ART. Espaço Piloto. Brasília. 2009

23.8.10

UNHAS DEFEITAS EM UAI UI. CONIC. 3548176 minutos de arte efemera




UNHAS DEFEITAS EM UAI UI. CONIC. 237187 minutos de arte efemera

uai iu: dançar com enceradeira, não deixá-la só, tadinha.

UNHAS DEFEITAS EM UAI UI. CONIC. 188313 minutos de arte efemera

UNHAS DEFEITAS EM UAI UI. CONIC. 64

UNHAS DEFEITAS EM UAI UI. CONIC. 64

UNHAS DEFEITAS EM UAI UI. CONIC. 64

20.8.10

ANTICORPOS - Exposição aos tempos que virão, curadoria Fernando Cocchiarelli











ANTICORPOS - Exposição aos tempos que virão, curadoria Fernando Cocchiarelli

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9.8.10

AMARELINHA BINÁRIA


vista do quinto andar
SCS Brasília

amarelinha binária. galeria da casa de cultura da américa latina. brasília. 2010


composição urbana
C.U.
agosto de 2010
bia medeiros
felipe olalquiaga
camila soato
fernando aquino
diego azambuja
anibal alexandre
victor valentim
claudia loch
jackson marinho

CORPOS INFORMÁTICOS


Carícia, o essencial fruta tem quatro sentidos. Designa uma resistência alegre ao duro, quando produz a sacarose, e por outro lado emana a sensação do fato acontecido, ou da dança. Estes agenciamentos, estas ações imperceptíveis, fogem para longe das palavras. A sacarose (C12H22O11), também conhecida como açúcar de mesa, estável, tem uma fórmula, um porém, uma mentira: reduz todo o nosso paladar a uma maçaroca adocicada e grudenta na goela. Toda uma variedade contaminada, sabores comprometidos, gradações de doçuras, açúcares coloridos, densos, sonoros. A C12H22O11 homogeneíza, destrói, prega! Balas, chicletes e pirulitos para o desejo forjado. Guerra contra a pamonha, o cuzcuz, o biscoito amor-perfeito de Natividade-TO, o doce de jiló de Goiás, o tacacá, a pitanga e o tesão. O elemento frutose é circulação.
A fruta, considerada elemento da resistência, dura e doce, doce e dura, faz sentir a múltipla face de suas guerras e seus desejos. Mas existe, como a fruta na natureza, uma carícia cotidiana, dentro do povo, no seio das cidades?
Mas porque separar os dois valores: fruta e cidade se confundem, espécie de violência. Mas porque separar a escritura da cidade: o tato e o colorido se agarram, espécie de gozo.
A escritura está na cidade, faz parte da cidade, é a cidade. Reparem Ouro Preto-MG: por fora tudo é limpo e belo; já nos fundos tudo muito sujo e histórico, cheio de camadas. Reparem a música, o colo e cenestesia de seus becos. Já na fachada das casas tem C12H22O11 para os turistas; também nas ruas e nos comércios tem C12H22O11 para os endinheirados; e no cafezinho têm C12H22O11 para os fregueses.
Não, o monstro não põe uma máscara adocicada nas estruturas, nem aguça o paladar da loucura; ele mede. Réguas e trenas sacrificam as estruturas, endireitam a fachada, pintam o muro de branco. Os banners são cobrados não necessariamente pelo seu tamanho, mas pela intensidade de C12H22O11 injetado em nosso olhar. O monstro mede e mastiga.
Em Brasília, para olhos rasos, de turistas, para turistas, quase tudo é C12H22O11. A escrita é C12H22O11. ECCO é uma palavra derivada do intitulamento açúcar, usado desde remotos tempos, e que com o correr dos séculos se foi transformando, até chegar no atual ECCO, passando pelas formas intermédias abreviadas por sucessiva contração de Glucopiranosídeo, fructofuranosil, sacarose, verbo. “Isto foi feito para rir” (Deleuze e Guattari, MP1, p. 34).
A arte resiste, fruta que é: André Santângelo, Camila Soato, Fábio Baroli, Grupo Tuttaméia, Grupo Entreaberto, Larissa Ferreira, Mesa de Luz, Milton Marques, Polyana Morgana, SCLRN, Wagner Barja, entre outros tantos.
E a fruta-cidade?

amarelinha binária. galeria da casa de cultura da américa latina. brasília. 2010



Amarelinha Binária e ANTI CORPOS são sistemas complexos artificiais, doces, linguagem; naturais, líquidos, gasosos, sexuados, animalescos e mistos, prontos para agregar.
A composição urbana Amarelinha Binária surge a partir de ações denominadas Mar(ia-sem-ver)gonha: composições urbanas (CU) com o objetivo de compor arte, corpo, errante, vizinhança, grupo, ambiência, rua, através de jogos e brincadeiras. O público é iterator, busca-se iteração. Amarelinha Binária, logo incompossível, infinita, devir.
Mar(ia-sem-ver)gonha vai sem ver, tateia. Não busca a lógica da linguagem do açúcar, se quer fruta, siririca, e apodrece em odores desafiando a lógica. As sementes dirão?
Propõe-se o jogo, desenhados descaminhos abertos em todos os sentidos. A numeração se alterna: zero, um, um, zero, zero, um, um, um. A escritura aqui é da ordem da garatuja. A dimensão é aquela do corpo inteiro correndo como fruta escorrendo pelos lábios da cidade. O corpo inteiro se incrustando no asfalto: Setor Comercial Sul. Aqui de dia vive o comércio mesclado de todas as raças, cores até incomuns para aqueles que pouco conhecem Brasília. Digamos a verdadeira Brasília, aquela do CONIC, de Taguatinga, Sobradinho e Brazlândia. De noite desfilam travestis, saem das tocas os frutos da terra, i-mundo-intuitivos: UAI UI. A polícia ronda cega.
Da galeria à rua a Amarelinha Binária ocupa um espaço de cerca de 100m2. Propõe-se àquele que às cegas chega de manhã bem cedo para o árduo trabalho, propõe-se à noite aos lúcidos infiéis que saboreiam as frutas. Uma televisão jorra, a partir da galeria, videoartes de outras amarelinhas anteriores: espetáculo Mar(ia-sem-ver)gonha realizado em outros pontos de Brasília, nas satélites, em Goiânia. Tudo periferia, local da fruta, da árvore, do rizoma, mas, sobretudo da maria-sem-vergonha. E a Mar()gonha também chupa fruta? Qual o preço da Mar()gonha?